Mente sã em corpo são. A antiga máxima latina ganha um novo significado com um esporte híbrido curioso, em que é preciso estar com as faculdades físicas e mentais muito afiadas: o chess boxing, ou boxe-xadrez, que consiste em uma partida com turnos alternados de xadrez e boxe. Vence quem nocautear seu oponente ou conseguir dar xeque-mate primeiro.
O conceito foi criado por um cartunista francês, que “inventou” o esporte fictício que viraria real anos depois. Adaptado por um artista alemão como uma arte performática, o chess boxing se tornou posteriormente um esporte competitivo, muito popular no Reino Unido, Índia, Finlândia, França e Rússia — a história é contada no filme “By Rook or Left Hook: The Story of Chess boxing” (Pela torre ou gancho esquerdo: a história do boxe-xadrez). No Brasil, também possui adeptos.
A prática conta com campeonatos regionais e mundiais e organizações que a regulamentam globalmente, como a britânica World Chess Boxing Association (Associação Mundial do Chess Boxing) e a alemã World Chess Boxing Organization (Organização Mundial do Chess Boxing). Também existem associações nacionais.
Quais são as regras do chess boxing?
Existem modalidades para homens e mulheres, além das categorias de acordo com o peso (assim como ocorre no boxe comum).
As regras podem variar de campeonato para campeonato, mas geralmente cada partida em consiste turnos (de oito a onze) alternados de xadrez e boxe, sendo mais comum começar com o xadrez. O turno de boxe costuma durar dois minutos, e o de xadrez em torno de seis. Há intervalo de um minuto para descanso e realocação do tabuleiro de xadrez no ringue e das luvas de boxe). Vence quem conseguir ou nocautear o adversário no ringue ou dar xeque-mate no tabuleiro.
Competição da Chess Boxing Nation, fundada por Tim Woolgar. — Foto: Homero Camargo
Chess boxing é forma de ‘viver a vida criativamente’
Um dos maiores nomes do boxe-xadrez, o britânico Tim Woolgar, de 52 anos, é fundador da Chess Boxing Nation, que organiza uma campeonato nesta semana na cidade de Norfolk, na Inglaterra. Os competidores são de vários países. Apesar de não participar como atleta atualmente, Tim continua organizando eventos e conta à CBN que acredita que o esporte ainda vai se popularizar muito mais no futuro.
“Eu acredito em viver a vida de forma criativa, e o xadrez e o boxe são dois esportes que dizem muito sobre a minha jornada pessoal e a habilidade de criar algo do zero. Eu consigo ver o chess boxing acontecendo em grandes arenas daqui a alguns anos, com milhares de pessoas assistindo. Sempre vai ser algo meio nichado, mas acredito que a audiência vai continuar crescendo.”
“Aposentado”, Tim Woolgar já perdeu a conta de quantas partidas/lutas participou, mas acredita terem sido em torno de 20. Perguntado se pretende voltar aos tabuleiros dentro de ringues, ele diz que o esporte é difícil para sua idade, mas que “nunca diz nunca”.