Acumulam-se sinais de que o presidente Joe Biden considera abandonar a campanha de reeleição. A Casa Branca desmente. Mas figuras de destaque do próprio partido do presidente americano começaram a vir a público para dizer que ele não tem chances de derrotar Donald Trump em novembro.
E uma das mais importantes pesquisas nos Estados Unidos — a da Siena/New York Times — confirma o que se viu no debate da semana passada entre Biden e Trump. Se a candidatura de Biden estava balançando, agora se tornou insustentável.
Mas o personagem político Biden parece, nesse momento, preso a um fenômeno que os psicólogos há tempos chamam por um nome. O nome é a espiral de se comprometer com uma causa perdida. Que se explica, segundo especialistas, pelo fato de o cérebro humano ser menos usado para tomar decisões racionais do que para racionalizar decisões já tomadas.
Seria parte da natureza humana apegar-se a algo, mesmo vendo que não vai dar certo, por receio de trocar de rota. O que ajudaria a entender como governantes acabam tomando decisões em sequência que levam a fracassos.
No caso de Biden, ele é uma clara vítima de senilidade. Que é uma doença degenerativa afetando a memória, o raciocínio e o comportamento de pessoas idosas. Tal doença obriga Biden a ter de tomar uma crucial decisão pessoal e política. Uma enfermidade condiciona o papel de Biden na história. É uma péssima situação. Talvez menos pior apenas do que personagens políticos que terão seu papel na história condicionado pela senilidade de suas ideias.