No dia em que assinou a lei de incentivos para a instalação da nova Bolsa de Valores no Rio, o prefeito Eduardo Paes provocou a “Faria Lima”, avenida em São Paulo onde ficam diversas empresas ligadas ao mercado financeiro. O objetivo da iniciativa é justamente competir com a B3, na capital paulista, a única bolsa do Brasil.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Paes usou expressões típicas de São Paulo e disse que a nova Bolsa vai estimular a concorrência e atrair capitais para o Rio.
A expectativa é de que as operações da Bolsa comecem no segundo semestre do ano que vem. A Americas Trading Group, plataforma que vai tocar o projeto, entrou com um pedido na Comissão de Valores Mobiliários em 2023 para atuar no mercado de bolsa no Brasil. Desde o ano passado, a empresa Mubadala, de Abu Dhabi, detém o controle da ATG.
A nova bolsa vai negociar ações, câmbio e commodities, como explica o presidente da ATG, Claudio Pracownik.
Para que a bolsa se torne competitiva, o prefeito assinou, nessa quarta-feira, a lei que reduz para 2% o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, que incide sobre as atividades a serem desempenhadas por uma bolsa de valores, mercadorias e futuros.
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Econômico do município, Chicão Bulhões, disse que o Rio não está abrindo mão de receita.
A expectativa é de que a sede da Bolsa de Valores seja instalada entre o Centro e a Zona Sul. As licenças ainda precisam ser liberadas pela Comissão de Valores Mobiliários e pelo Banco Central.
A capital fluminense foi sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), criada no Brasil Imperial, em 1820. O último pregão foi feito em abril de 2000 e a Bolsa encerrou as atividades oficialmente em novembro de 2002.