Em entrevista ao Ponto Final, o pesquisador Leonardo Paz analisa o movimento de ‘cordão sanitário’ dos políticos da esquerda na França após avanço da extrema-direita no primeiro turno.
O partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), que tem como candidato Marine Le Pen, venceu o primeiro turno das eleições francesas. Com esse resultado, candidatos da coalizão Renascimento, do presidente Emmanuel Macron e da Nova Frente Popular (Centro-Esquerda), começaram a anunciar a desistência de suas candidaturas, a fim de diminuir as chances de vitória dos candidatos de extrema-direita no segundo turno.
Em entrevista ao Ponto Final, o pesquisador Leonardo Paz, do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da FGV, analisa o movimento de ‘cordão sanitário’ dos políticos da esquerda na França após avanço da extrema-direita no primeiro turno.
Para Leonardo Paz, a medida adotada pela esquerda para tentar afastar a extrema-direita da vitória deve surtir pelo menos algum efeito. São cerca de 200 políticos que estão deixando as candidaturas. Nas eleições presidenciais, Emmanuel Macron usou da mesma estratégia para conseguir se eleger no segundo turno.
“Ele faz esse mesmo esforço agora, só que, dessa vez ,ele está olhando para o Legislativo, que é um pouco diferente do que ele pediu no passado. Mas sim, eu acho que, sem dúvida, dificilmente essa estratégia não vai surtir nenhum efeito, mas tem mais de 200 candidatos já anunciando que vão deixar o segundo turno para poder fazer apoio para a direita, centro e esquerda tentarem, enfim, vencer a extrema-direita.”