O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, condenou o “aprofundamento da cooperação militar” entre a Coreia do Norte e a Rússia durante uma ligação com o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, segundo o Departamento de Estado dos EUA, nesta sexta-feira (21).
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou em um comunicado que Blinken e Cho concordaram em continuar a trabalhar juntos para enfrentar “os desafios de segurança complexos e em evolução” colocados pela Coreia do Norte.
Segundo Miller, Estados Unidos e Coreia do Sul cooperam para apoiar a paz e a estabilidade no Mar da China Meridional.
As declarações acontecem após uma fala de Vladimir Putin, presidente da Rússia, na qual ele indicou que o país poderia enviar armamento para o aliado na Ásia.
Em viagem à Coreia do Norte nesta semana, o presidente russo e Kim Jong Un assinaram um tratado comprometendo ambos os países a fornecer assistência militar imediata ao outro em caso de agressão armada contra qualquer um deles.
Kim falou em uma rara entrevista coletiva após reunião com o presidente Vladimir Putin em Pyongyang, que “as relações entre os dois países foram elevadas ao novo nível superior de uma aliança”.
“Tratado de Parceria Estratégica Abrangente”
Horas depois de Putin ter deixado Pyongyang, os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte publicaram o “Tratado de Parceria Estratégica Abrangente”, que, na verdade, revive um extinto acordo de defesa mútua da década de 1960.
O acordo, que Putin e o líder norte-coreano, Kim Jon-un, assinaram na quarta-feira (19) também incluía cooperação em energia nuclear, exploração espacial, segurança alimentar e energética.
A ação é um dos movimentos de maior visibilidade de Moscou na Ásia nos últimos anos.
A Coreia do Sul, por sua vez, lamentou que o acordo inclua uma promessa de “cooperação tecnológica militar” que, segundo ela, violaria as resoluções do Conselho de Segurança sobre os programas de armas da Coreia do Norte.
A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, apoiou sanções contra a Coreia do Norte, que foram decretadas depois de Pyongyang atestou ter uma arma nuclear, em 2006.
Mas, recentemente, o país disse que as sanções deveriam ser alteradas, e a prorrogação anual dos inspetores que aplicam as sanções este ano foi vetada.
Após uma reunião do conselho de segurança nacional, a Coreia do Sul decidiu que iria reforçar ainda mais a cooperação em segurança com os EUA com o Japão.
“A comunidade internacional deve permanecer unida na condenação e no combate a quaisquer atividades ilícitas que possam minar a paz e a segurança internacionais, e o governo da República da Coreia responder a quaisquer ações que possam ameaçar a nossa segurança nacional de forma resoluta e decisiva”, destacou o chanceler sul-coreano.