O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky voltou a cobrar uma posição do Brasil e da China nas negociações de paz sobre guerra da Ucrânia, durante a Cúpula da Paz, na Suíça.
“E quando o Brasil e a China aderirem aos princípios que nos uniram, países civilizados, aqui hoje, ficaremos felizes em ouvir seus pensamentos, mesmo que às vezes eles não se alinhem com o que a maioria do mundo pensa”, disse Zelensky durante o encerramento do evento.
O encontro na Suíça uniu mais de 100 países para tratar sobre a paz na Ucrânia. As conversas, no entanto, não envolveram a Rússia, país que está diretamente envolvido no conflito.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não participar da cúpula e reafirmou que qualquer negociação de paz deveria envolver a Rússia.
No mês passado, os governos do Brasil e China negociaram entendimentos sobre uma resolução para a guerra entre Rússia e Ucrânia, defendendo negociação política para que a paz seja alcançada. As nações também pediram o apoio da comunidade internacional.
Durante a cúpula, Zelensky criticou a China e disse que o governo de Xi Jinping deveria apresentar a proposta da paz diretamente aos ucranianos e não por meio dos meios de comunicação do país.
“Eu acredito que a China poderia nos ajudar, e é por isso que eu gostaria que as propostas do lado chinês (fossem feitas) dentro do nosso diálogo. Não consigo receber propostas (feitas) em meios de comunicação”, afirmou o líder ucraniano.
Brasil e China defendem a realização de uma conferência internacional que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todos os países relevantes nas tratativas.
A avaliação do governo brasileiro é a de que a China, que também não participou do evento, é a única potência global com peso capaz de exercer influência sobre Moscou.
A maioria dos 100 países que participaram da conferência apoiou a declaração final do evento, disse a presidente suíça Viola Amherd neste domingo (16).
O conteúdo do comunicado final requer a utilização segura da energia nuclear, a proteção das rotas de navegação marítima e o regresso das crianças deslocadas e dos civis detidos ilegalmente.
Algumas nações não assinaram o documento, incluindo o México, a Arábia Saudita e a Índia. A presidente da Suíça reconheceu a necessidade de a Rússia ser incluída nas futuras negociações e disse que a Carta das Nações Unidas deve ser respeitada.