As forças de segurança fazem buscas para tentar localizar 16 das 17 peças furtadas do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte. O crime aconteceu nesse sábado e o suspeito foi preso pela Polícia Militar de Minas, horas depois de invadir o museu e levar os objetos. O espaço e o acervo são tombados pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional.
O caso é investigado pela Polícia Federal. As peças levadas são todas ligadas ao ofício da marcenaria, como canivetes, balanças e formões do período Brasil Colonial.
Entrada do Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. — Foto: Reprodução
Segundo a Polícia Militar, apenas uma das peças foi recuperada até o momento. Ela foi achada com o homem suspeito do crime, que foi identificado como pessoa em situação de rua. Imagens de câmeras de segurança, que flagraram toda a ação, ajudaram na localização do investigado.
Conforme os registros do circuito de câmeras, o homem quebrou o vidro que dá acesso à entrada principal do Museu de Artes e Ofícios e, durante 11 minutos, circulou por várias salas recolhendo as peças. Na sequência, ele deixou o imóvel pelo mesmo local por onde entrou.
Segundo a administração do Museu de Artes e Ofícios, as peças furtadas não possuem valor comercial, mas são raras para o acervo histórico nacional. Uma das principais doadoras de coleções para o museu e antiga administradora Ângela Gutierrez disse que as peças são relevantes e que torce para que sejam encontradas.
“Recebo essa notícia com tristeza e com desânimo de ver assim um ato de total desrespeito com uma coleção importante, que representa tanto para a cultura mineira e brasileira. É assim que eu encaro, mas as autoridades estão interessadas em resolver e tentar reaver o que saiu daqui”, afirmou.
A CBN procurou a Polícia Federal e aguarda mais informações sobre a investigação do caso.
Depois do ocorrido, o Museu de Artes e Ofícios informou que substituiu o vidro quebrado e que os órgãos responsáveis estão dando andamento ao ocorrido. Já a Corregedoria da Guarda Municipal de Belo Horizonte, afirmou que abriu uma apuração interna sobre o caso, para checar se agentes da guarda poderiam ter evitado a depredação e o furto no local.
O Museu de Artes e Ofícios ocupa os prédios das antigas Estações Ferroviárias da cidade de Belo Horizonte. O local foi criado em 2005 e reúne um acervo de mais de 2.500 peças originais dos séculos XVIII ao século XX que representam ofícios antigos, como ferramentas, máquinas, equipamentos e utensílios da mineração, lapidação, tecelagem, alimentação, entre outros. Atualmente, o espaço histórico é gerido pelo SESI e pela Federação das Indústrias de Minas Gerais.