Expectativa é de que o Banco Central não faça nenhuma redução na Selic, após sete cortes seguidos. Projeções indicam que percentual de 10,5% deve se manter até fim do ano. No fim de semana, Lula voltou a criticar o sistema financeiro e a taxa Selic.
Analistas do mercado e economistas avaliam que a reunião desta semana do Comitê de Política Monetária, o Copom, deve marcar o fim do ciclo de queda na taxa básica de juros, a Selic. Os principais bancos privados do país projetam inclusive que a taxa deve permanecer inalterada em 10,5% até o fim de 2024. Desde agosto de 2023, o Copom vem reduzindo a taxa Selic. O ritmo de queda foi sempre de meio ponto percentual em cada reunião. Mas no último encontro, no início de maio, a decisão foi de uma redução de 0,25 ponto percentual e houve um racha entre dos diretores. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatou em favor de uma diminuição menor.
Diante do cenário de incerteza na área fiscal e da alta do dólar na última semana, o mercado aposta que o Copom não deve mais reduzir os juros. O governo, porém, defende a manutenção do ciclo de queda. Inclusive o patamar da Selic é constantemente criticado pelo presidente Lula. No fim de semana, Lula disse que o Brasil está refém de um sistema financeiro, criticou a taxa Selic e ironizou um jantar dado pelo governador de SP, Tarcísio de Freitas, ao presidente do BC.
O professor de economia da UnB, Cesar Bergo, disse que apesar de uma ala do mercado apostar em uma redução de 0,25 ponto percentual na Selic, a maioria dos especialistas prevê que não haverá nenhuma queda na taxa.
O fim do ciclo de redução da Selic começou a ganhar força depois que o governo federal indicou mudanças nas metas do superávit nos próximos anos. O racha na diretoria do BC também contribui para o cenário de incerteza, o que pode fazer a inflação aumentar, assim como a valorização do dólar e as enchentes no Rio Grande do Sul que vão ter impacto no PIB.