Após quatro dias foragido, o presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior, se entregou à Polícia Federal, em Brasília. Ele se apresentou voluntariamente, na manhã deste sábado (15), em cumprimento ao mandado de prisão preventiva, e permanecerá sob custódia até liberação para ingresso no sistema penitenciário.
Em nota oficial, a defesa disse que será demonstrada à Justiça que há insubsistência dos motivos que levaram à prisão e que Eurípedes Júnior é inocente. Na sexta-feira (14), ele solicitou licença da presidência do partido, por prazo indeterminado.
A direção nacional do Solidariedade comunicou que a solicitação é compatível com o estatuto do partido, e que a secretaria geral tomará todas as providências necessárias e cabíveis para o imediato atendimento, de modo a dar continuidade ao exercício da direção partidária. O vice-presidente nacional do partido, deputado Paulo Pereira da Silva assumiu portanto a presidência.
E quem é Euripides Junior?
Chegou a se candidatar, em 2014, como deputado federal, mas não foi eleito. O mesmo ocorreu em 2018, quando concorreu como primeiro suplente do candidato a senador Walisson Nascimento, do PTB.
Ao longo de seu comando no Pros, viveu intensas disputas por poder e até problemas na Justiça. Em especial, envolvendo seu adversário e ex-dirigente Marcus Holanda. Ele acusou Eurípedes de sumiço de bens da legenda (cerca de R$ 50 milhões), e chegou a registrar um boletim de ocorrência.
O fundador do Pros chegou a ser afastado da presidência em 2020, quando Holanda foi eleito em um diretório nacional. Ao longo de dois anos, os dois alternaram o controle do partido através de decisões judiciais. Em 2022, pouco antes das eleições, Holanda perdeu novamente o cargo, agora por uma decisão do TSE.
Em 2023, após não ter atingido a cláusula de barreira nas eleições do ano anterior, Eurípedes decidiu se juntar com o Solidariedade, formando uma base de sete deputados (quatro desse e três do Pros). O nome seguiu como Solidariedade, em que o político passou a presidir.