Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues afirmou, nesta terça-feira (11), que a nova joia encontrada na apuração contra o ex-presidente Jair Bolsonaro é um agravante e “robustece” a linha de investigação adotada pela PF no caso. Os investigadores encontraram o novo item após diligências realizadas no exterior, que confirmaram que emissários de Bolsonaro negociaram uma outra peça valiosa. Ouça a reportagem completa abaixo:
Os investigadores do caso agora devem ouvir ainda novos depoimentos antes de fechar o inquérito. A PF não detalhou qual o valor da nova peça, mas a informação inicial é que o objeto teria relevância, tanto que foi incluído nas negociações feitas nos Estados Unidos por emissários do ex-presidente.
A suspeita é que o item também tenha sido um presente recebido por Bolsonaro que acabou se apropriando do bem que deveria ser público. Os investigadores do caso esperam fechar o inquérito ainda neste mês. Para Andrei Rodrigues, a descoberta do novo item reforça a investigação da PF no caso:
“Nessa diligência lá no exterior, com a nossa equipe, com a equipe do FBI, localizou, teve notícias de que, além dessas joias que já sabíamos que existiam, houve a negociação de uma outra joia que não estava no foco dessa investigação. Acho que isso só robustece a investigação que se tem feito, demonstrando todas as circunstâncias e tudo o que houve nesse contexto, desde aquela pressão do aeroporto até o dia de hoje, como eu disse, a finalização da investigação”, afirma.
Ainda segundo o diretor-geral da PF, essa investigação, e o caso da vacina deve ser encerrado até o fim de junho. Já a apuração da tentativa de golpe deve ser encerrada em julho.
A PF também vai negociar delações premiadas no caso da “Abin paralela”. A corporação recebeu a indicação de que investigados estão dispostos a falar, por isso o encerramento desse caso deve ser estendido, até agosto.
Foragidos dos ataques golpistas
A corporação também informou hoje que cerca de 180 pessoas ainda estão foragidas após a Operação Lesa Pátria tentar prender mais de 200 pessoas envolvidas nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Os alvos dessa ação descumpriram ordens judiciais e muitos fugiram do país. Os investigadores do caso afirmam que estão em fase de cooperação com as polícias de países vizinhos para tentar localizar essas pessoas e uma parte também pode estar foragida, mas ainda dentro do Brasil. A PF afirma que tem recebido cooperação da policia argentina.
Não há prazo ainda para a recaptura dessas pessoas, mas, assim que elas forem localizadas, a PF afirma que vai comunicar à Justiça para as medidas cabíveis, em caso do foragido estar fora do Brasil.
Corte de R$ 200 milhões do orçamento da PF
Em café da manhã com jornalistas, o diretor da PF, Andrei Rodrigues, explicou ainda que a corporação sofre neste ano com um corte de cerca de R$ 200 milhões de seu orçamento. O buraco pode comprometer operações e emissões de passaporte a partir de agosto e setembro, bem como as ações de segurança do G20.
Proibição das delações premiadas de presos
Andrei Rodrigues foi questionado sobre projeto no Parlamento que proíbe que presos possam fazer delação premiada. O diretor-geral disse ainda que corporação vai se manifestar oficialmente com o parecer enviado ao Ministério da Justiça, não quis adiantar com a posição da corporação, mas deixou claro na sua fala que a Polícia Federal entende que a delação é, sim, um instrumento importante tanto em investigações passadas quanto futuras.