O Kremlin acusou o exército de Volodymyr Zelensky de bombardear os territórios da Ucrânia ocupados pela Rússia de Kherson e Luhansk na sexta-feira (7), deixando pelo menos 25 pessoas mortas.
Kherson e Luhansk estavam entre os quatro territórios ucranianos que a Rússia alegou ter anexado em setembro de 2022, após a sua invasão em grande escala. A comunidade internacional, com exceção da Coreia do Norte e da Síria, não reconhece a anexação.
Vladimir Saldo, governador nomeado pela Rússia da região sul de Kherson, acusou as forças ucranianas de matar 22 pessoas, incluindo uma criança de 9 anos, no bombardeio da pequena cidade de Sadove na sexta-feira (7).
Saldo afirmou que as forças ucranianas realizaram um ataque com mísseis contra uma mercearia e uma área civil em Sadove. O supermercado, observou ele, estava lotado de clientes e funcionários quando foi atingido. O primeiro ataque foi realizado com uma bomba aérea fornecida pela França; o segundo, com um míssil HIMARS fornecido pelos EUA, disse ele ao canal Rússia 24.
Enquanto isso, o chefe da autoproclamada República Popular de Luhansk, nomeado pela Rússia, Leonid Pasechnik, disse no Telegram que um ataque ucraniano em Luhansk matou três pessoas e feriu outras 35.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, chamou os ataques de “crime cínico e sangrento” e culpou Washington por dar “luz verde” a Kiev “para matar civis com armas ocidentais”.
Oleksandr Prokudin, chefe da administração militar da região de Kherson, rejeitou as reivindicações russas numa publicação no Telegram na sexta-feira, chamando-as de “um exemplo vívido de como funciona a propaganda russa”. Prokudin apontou Saldo citando incorretamente o ataque na região de Kherson como tendo acontecido no sábado em vez de sexta-feira, numa insinuação de que a alegação foi inventada.
Artem Lysohor, chefe da administração militar da região de Luhansk, disse que os ataques ucranianos ocorreram “exclusivamente contra a antiga e bem equipada infraestrutura militar dos ocupantes” e culpou os sistemas de defesa aérea russos pela interceptação dos foguetes sobre bairros civis, sugerindo que a queda de destroços causou vítimas.
A Rússia tem pressionado no leste, que procura capturar por completo, enquanto continua o seu ataque à região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, depois de lançar uma ofensiva surpresa no mês passado.
A Ucrânia registou o maior número mensal de vítimas civis em quase um ano, com a Missão de Monitorização dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia (HRMMU) registando um “aumento significativo” (31%) de civis mortos na Ucrânia em maio, em comparação com abril.
“Mais de metade das mortes de maio ocorreram na cidade e região de Kharkiv, onde as forças armadas russas lançaram uma nova ofensiva terrestre em 10 de maio”, disse a chefe do HRMMU, Danielle Bell.
Bell atribuiu o aumento à decisão da Rússia de usar “bombas e mísseis lançados do ar em áreas povoadas, como comunidades próximas da linha de frente e da cidade de Kharkiv”.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
versão original