Adriana Moysés, da RFI, destaca que, Em seu segundo dia de visita à França, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou na Assembleia dos Deputados, em Paris, antes de se reunir para uma bilateral com o presidente Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu.
No plenário da Assembleia, Zelensky disse que a Europa não é mais um continente de paz, chamando o presidente russo, Vladimir Putin, de “um inimigo comum” para seu país e o continente. Zelensky agradeceu várias vezes o apoio militar e diplomático da França e disse esperar que a cúpula de paz, marcada para 15 e 16 de junho na Suíça, consiga “aproximar a guerra de um final mais justo”.
Na quinta-feira, o presidente Emmanuel Macron anunciou que a França irá enviar, no final do ano, aviões de caça Mirage 2000-5 à Ucrânia , o que era uma demanda antiga de Zelensky. Além desses aviões de combate, que podem ser equipados com mísseis e outros armamentos capazes de neutralizar armas disparadas pelos russos, Macron tambéu confirmou que a França dará treinamento e equipamentos defensivos para um batalhão de 4,5 mil soldados ucranianos.
A Rússia reagiu ao reforço do apoio militar francês dizendo que Macron “atiça as tensões na Europa”. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, “Macron mostra apoio absoluto ao regime ucraniano e declara que a República Francesa está disposta a participar diretamente no conflito militar”. Moscou qualificou as declarações de Macron de “extremamente provocadoras” e enfatizou que elas só “aumentam as tensões no continente, não contribuindo com nada positivo”.
Depois de participar das comemorações dos 80 anos do Desembarque de soldados aliados na Normandia, evento que representou uma guinada na Segunda Guerra Mundial contra o Exército nazista, em 6 de junho de 1944, o presidente ucraniano faz sua primeira visita de Estado oficial a Paris nesta sexta, embora já tenha sido recebido várias vezes no Palácio do Eliseu.
Após dois anos de guerra, 59% dos ucranianos ainda confiam em Zelensky, de acordo com uma pesquisa do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev. Esse percentual de aprovação é o mais baixo desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, ano em que Zelenky chegou a registrar 90% de popularidade entre os ucranianos.