O Reino Unido pretende começar a deportar solicitantes de asilo para Ruanda em 24 de julho, disse um advogado do governo nesta segunda-feira (3), embora o esquema polêmico dependa da vitória do Partido Conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak na próxima eleição.
O envio para Ruanda dos solicitantes de asilo que chegaram ao Reino Unido sem permissão é uma das principais políticas de Sunak, mas obstáculos legais e parlamentares fizeram com que ela não saísse do papel até o momento.
Sunak disse que os voos de deportação não sairão antes da eleição de 4 de julho, mas prometeu que, se ele vencer, começarão logo depois. O Partido Trabalhista, que lidera por cerca de 20 pontos nas pesquisas de opinião, prometeu descartar o plano se chegar ao poder.
Em documentos apresentados à Alta Corte de Londres em resposta a um desafio da instituição de caridade Asylum Aid, os advogados do governo disseram que a intenção é “efetuar remoções com um voo para Ruanda em 23 de julho de 2024 (e não antes)”.
No entanto, o advogado do governo, Edward Brown, disse mais tarde ao tribunal que uma “atualização operacional” do Ministério do Interior dizia que o primeiro voo partirá de fato em 24 de julho.
O esquema — elaborado pela primeira vez por um dos antecessores de Sunak, Boris Johnson, em 2022 — tem como objetivo impedir que os solicitantes de asilo façam a perigosa travessia do Canal da Mancha em pequenas embarcações a partir da França.
Em novembro do ano passado, a Suprema Corte do Reino Unido declarou a política ilegal, o que levou Sunak a assinar um novo tratado com o país da África Oriental e a aprovar uma nova legislação para anular a proposta anterior.
O número de solicitantes de asilo que cruzam o Canal da Mancha aumentou para números recordes neste ano, com mais de 10.000 pessoas chegando ao país até agora, depois que os números caíram em um terço em 2023.