A polícia eslovaca acusou um homem, descrito como um “lobo solitário” politicamente motivado, pela tentativa de homicídio do primeiro-ministro Robert Fico, que está gravemente ferido no hospital após uma tentativa de assassinato que chocou a nação da Europa Oriental.
Fico está estável, mas em estado grave, depois de levar cinco tiros à queima-roupa e ser submetido a uma cirurgia, disse seu vice nesta quinta-feira (16). A tentativa de assassinato abalou o país da Europa Central e provocou condenação global. O Ministro do Interior da Eslováquia, Matúš Šutaj-Eštok, disse que o suspeito disse às autoridades que a sua ação foi motivada pela sua discordância com o governo e as suas reformas.
O líder populista de 59 anos, que regressou ao poder no ano passado e cujas controversas mudanças políticas suscitaram protestos nas últimas semanas, foi atacado na quarta-feira (15) após uma reunião governamental, na cidade de Handlova.
O primeiro-ministro tinha se aproximado de uma pequena multidão que esperava para encontrá-lo, quando o suposto atirador no meio da multidão avançou e atirou nele cinco vezes através de uma barreira de segurança. Imagens do local mostraram o primeiro-ministro ferido sendo colocado em um veículo por sua equipe, antes que ele partisse em alta velocidade com ele dentro. Ninguém mais ficou ferido no ataque.
Fico foi primeiro levado às pressas para um hospital local e depois transportado para um grande centro de trauma na cidade vizinha de Banská Bystrica, onde passou mais de cinco horas em cirurgia, segundo funcionários do hospital.
A diretora do hospital, Miriam Lapuníková, disse que Fico estava “estabilizado, mas em estado muito grave” e que permaneceria na unidade de terapia intensiva do hospital. Ela acrescentou que o hospital tinha duas equipes cirúrgicas operando o primeiro-ministro.
Na manhã de quinta-feira, o Ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro do país, Robert Kaliňák, disse que a condição de Fico “está estabilizada durante a noite, e mais medidas estão sendo tomadas para melhorar sua saúde. A situação é muito grave.”
Kaliňák e o Ministro do Interior, Matúš Šutaj Eštok, deram uma coletiva de imprensa fora do hospital na noite de quarta-feira, dizendo que o líder estava “lutando pela sua vida”.
Visivelmente abalados e por vezes com dificuldades em encontrar palavras, os dois ministros pareciam profundamente chocados com o ataque. Mais tarde, na conferência de imprensa, os dois homens adoptaram um tom mais combativo, atribuindo o ataque ao “ódio” espalhado por “algumas pessoas” e pelos meios de comunicação social.
Motivação política
“As razões foram a decisão de abolir o gabinete do procurador especial, a decisão de parar de fornecer assistência militar à Ucrânia, a reforma do serviço público de radiodifusão e a demissão do chefe do conselho judicial”, disse Šutaj-Eštok.
Ele disse que o suspeito não é membro de nenhum grupo extremista, chamando-o de “um lobo solitário que decidiu agir após as eleições presidenciais” e que já participou em protestos antigovernamentais no passado.
As reformas de Fico foram extremamente divisivas e levaram a meses de protestos em grande parte pacíficos.
O suposto atirador foi identificado por vários meios de comunicação locais como um homem de 71 anos do sul da Eslováquia.
Não houve confirmação oficial da identidade do atirador, mas seu rosto estava claramente visível em alguns vídeos do ataque e de sua subsequente prisão.
A mídia eslovaca informou que o atirador era escritor e poeta. A Associação de Escritores Eslovacos disse quarta-feira que o nome identificado na mídia local era de um membro do grupo.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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