O presidente Joe Biden tomou medidas, nesta quinta-feira (16), para impedir que republicanos na Câmara dos Estados Unidos obtivessem gravações de áudio de seu depoimento em entrevista ao procurador especial Robert Hur sobre a retenção de documentos confidenciais.
Numa carta aos presidentes dos comitês Judiciário e de Supervisão da Câmara dos Representantes, o Departamento de Justiça disse que Biden tinha reivindicado o privilégio executivo, uma doutrina jurídica que protege certos registros do poder Executivo da divulgação.
A carta dizia que Biden também reivindica privilégio executivo sobre as gravações de áudio de Hur com seu “ghostwriter”, Mark Zwonitzer.
O Comitê de Supervisão da Câmara está preparado para tomar medidas processuais nesta quinta-feira para estabelecer uma votação para responsabilizar Garland por desacato ao Congresso por se recusar a entregar as gravações de áudio.
“Embora a nossa cooperação com o Congresso tenha sido extraordinária, também temos a responsabilidade de salvaguardar a confidencialidade dos arquivos de segurança cuja divulgação poderia pôr em risco futuras investigações”, escreveu Carlos Felipe Uriarte, procurador-geral adjunto.
“O Procurador-Geral deve traçar uma linha que proteja o departamento de influências políticas impróprias”, completou.
Garland nomeou Hur no ano passado para investigar Biden sobre a retenção de registros confidenciais que datam de sua época como vice-presidente de Barack Obama.
Hur acabou por se recusar a prosseguir com acusações criminais, observando que Biden tinha cooperado com a investigação, em contraste com o antigo presidente republicano Donald Trump, que bloqueou um inquérito semelhante, e Trump enfrenta agora acusações federais por reter registros confidenciais.
Hur descreveu Biden como um “homem idoso e bem-intencionado com memória fraca”, desencadeando uma tempestade de críticas por parte dos democratas.
O Departamento de Justiça já entregou uma variedade de registros solicitados em intimações do Congresso emitidas pelo presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jim Jordan, e pelo presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, James Comer, em conexão com a investigação de Hur, incluindo entrevistas transcritas.