Segundo investigação, quadrilha ligava para vítimas simulando atendimento de banco para conseguir senhas dos clientes.
A Polícia Federal investiga uma quadrilha suspeita de aplicar golpes financeiros em servidores públicos do DF por meio de uma central falsa de atendimento. Na sexta (dia 3), os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão em Brasília.
Segundo os policias, os criminosos buscavam acesso aos dados cadastrais de servidores de forma ilegal e depois passavam a ligar para as vítimas. Eles simulavam o atendimento de uma instituição bancária e orientavam os clientes a desinstalarem e reinstalarem os aplicativos da instituição para uma possível atualização.
Um roteiro usado para abordar os clientes foi encontrado pelos polícias. No papel, tinha vários caminhos de conversa que o criminoso deveria fazer durante a ligação a depender da resposta da vítima. Depois que as vítimas instalavam o aplicativo novamente, os bandidos orientavam que elas entrassem com os dados pessoais. Durante a ajuda para entrar no aplicativo do banco, eles conseguiam a senha dos usuários. Depois disso, os suspeitos acessavam as contas das vítimas e roubavam o dinheiro.
A advogada criminalista, Kelly Moreira, diz que instituições bancárias não pedem senhas e informações bancárias por ligação e é preciso sempre checar se o banco realmente está tentando fazer contato.
“E importante que a pessoa tenha conhecimento dos procedimentos adotados pela sua instituição bancária, de modo que quando a pessoa receber uma ligação suspeita ela já ligue no banco e confirme se de fato o banco tenta contato com o cliente dessa forma. É importante ainda não passar dados bancários e senhas por telefone, já que os bancos não pedem o fornecimento de tais dados”.
Ainda segundo a polícia, os envolvidos podem responder pelo crime de invasão de dispositivo informático, previsto no Código Penal, com pena de até 4 anos de prisão.