O deputado estadual Rodrigo Amorim, do União Brasil, foi condenado a pagar 70 salários-mínimos e a prestar serviços à população em situação de rua por ofensas transfóbicas contra a vereadora de Niterói Benny Briolly. Por 4 a 2, os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral condenaram o deputado – a primeira condenção de violência política de gênero no âmbito da Justiça Eleitoral.
O caso aconteceu ainda em maio de 2022 durante uma sessão plenária da Alerj. Na ocasião, após a fala da deputada Renata Souza, do PSOL, que prestou uma homenagem à morte de uma mulher-trans, Rodrigo Amorim assumiu o microfone para questionar o discurso da parlamentar e citou a vereadora trans Benny Briolly, também do PSOL, chamando-a de ‘boizebu’ e aberração da natureza. Briolly foi a primeira mulher-trans a ser eleita para a Câmara Municipal de Niterói.
Atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Alerj, Rodrigo Amorim ganhou projeção política no Rio na esteira da campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018. Durante a corrida presidencial daquele ano, Amorim apareceu ao lado de Bolsonaro e do ex-governador Wilson Witzel quebrando a placa da vereadora morta Marielle Franco, assassinada brutalmente meses antes.
Naquele ano, depois dessa cena, Rodrigo Amorim foi eleito o deputado estadual mais votado do estado. Em 2022, ele foi reeleito. Mais cedo, Amorim fez um post em suas redes sociais afirmando que seu mandato é contra a esquerda e ainda citou o PSOL nominalmente.
Procurada, a assessoria do deputado não confirmou se irá recorrer.