O tutor do cão Joca, Golden Retriever que morreu após ser colocado em um voo errado pela Gol, participou de um encontro em Brasília nesta segunda-feira com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
João Fantazinni acompanhou a primeira reunião do Grupo de Trabalho criado para debater a regulamentação do transporte de animais no Brasil.
A reunião teve presença do diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Luiz Ricardo, e mais seis deputados, cinco federais e um estadual por São Paulo.
O grupo de trabalho vai discutir propostas para regulamentação do transporte animal, que serão compiladas em um projeto de lei sobre o assunto que vai tramitar no Congresso.
Após a reunião, o ministro Silvio Costa Filho gravou um vídeo ao lado do tutor de Joca em que afirmou que o objetivo é fazer uma política nacional de proteção animal, sobretudo na aviação:
“A partir de segunda-feira, o Congresso Nacional vai fazer um amplo debate para que a gente possa criar um plano nacional do transporte animal do Brasil. Esse projeto é um projeto que vai envolver a toda a sociedade brasileira. Quero agradecer o seu carinho (João), seu apoio a essa causa. Tenha certeza que a gente vai transformar o lamentável episódio de Joca em uma grande política nacional de proteção animal, mas, sobretudo, na aviação, que dê conforto a todos os animais que vão ser transportados no Brasil”
Atualmente, há 15 propostas protocoladas na Câmara dos Deputados sobre o tema. O objetivo é reunir todas elas em um só texto.
Entre as propostas discutidas no grupo de trabalho nesta terça, estão a criação de uma área para PETs nos aeroportos, o transporte climatizado, a contratação de veterinários para atender e orientar sobre o transporte dos bichos e a exigência mensal de dados sobre o assunto.
O advogado de João Fantazzini, Marcello Primo Muccio, afirmou à CBN que o ministro dos Portos e Aeroportos relatou a ele que a primeira-dama, Janja da Silva, e o presidente Lula estão pessoalmente empenhados na questão.
Nesta segunda (29), a Gol respondeu os questionamentos feitos pela Anac na semana passada sobre o transporte errado de Joca. A agência colocou o processo sobre o caso em sigilo.
Investigação
A Polícia Civil segue colhendo depoimentos para reconstituir o que provocou o erro no transporte do cachorro. Ele deveria ter saído do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, no Mato Grosso, mesmo destino do tutor, mas acabou sendo enviado para Fortaleza.
Na semana passada, a polícia começou a ouvir funcionários da companhia aérea. O delegado responsável pelas investigações também quer o depoimento de João Fantazzini, mas ainda não há data para a oitiva.