A crise nas unidades federais fez com que, na semana passada, a pasta prorrogasse por mais 30 dias os trabalhos do comitê gestor montado para discutir a reformulação da rede.
O Governo Federal nomeou, nesta segunda-feira (29), Teresa Navarro Vannucci como nova diretora do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde. Ela era Subsecretária de Atenção Hospitalar da Prefeitura do Rio e vai substituir Alexandre Telles, que foi exonerado em março em meio a denúncias de sucateamento nas unidades e aumento da pressão sobre a ministra Nísia Trindade.
A crise nas unidades federais fez com que, na semana passada, a pasta prorrogasse por mais 30 dias os trabalhos do comitê gestor montado para discutir a reformulação da rede. Na ocasião, a ministra Nísia Trindade negou que havia intenção de distribuir a gestão dos hospitais entre estado e município.
Mas, em entrevista ao CBN Rio, o governador Claudio Castro afirmou que o não teria problema assumir os hospitais federais, desde que não impactasse nas contas públicas.
“Assumir não é o problema. Hoje, todos os nossos hospitais estaduais estão reformados. Hoje a gente tirou quase 80% das OS’s e a Fundação Saúde que está cuidando dos hospitais. A nossa saúde realmente tem evoluído demais e não tem problema nenhum no estado assumir, tanto que seja em uma lógica que não quebre mais ainda as contas públicas.”
Em audiência pública nesta segunda-feira, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal discutiu a crise nos hospitais e criticou a ausência de um representante da pasta. O Presidente da Comissão, vereador Paulo Pinheiro, argumentou que é necessário realizar novas contratações e não pensar apenas em modelos de gestão.
“O Ministério da Saúde não mandou representante ao Rio de Janeiro, pra discutir um assunto tão grave e tem feito entrevistas coletivas que não são absolutamente claras do que vai acontecer. Vai fatiar, não vai fatiar? O que chama de gestão compartilhada? Nós não queremos isso. Nós queremos que o Ministério assuma sua responsabilidade, faça concurso público, compre o material, faça as obras e não se omita dessa discussão.”
De acordo com dados da Comissão de Saúde do município, são 413 leitos fechados nas seis unidades federais do Rio, principalmente por falta de profissionais. No caso do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, a ala da emergência está fechada há mais de três anos e sem previsão de reabertura, por falta de manutenção e pessoal.