Prevendo derrotas, o Planalto conseguiu adiar nessa quarta-feira (24) a sessão que deve analisar vetos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, criticou o adiamento da sessão do Congresso que vai analisar 32 vetos do presidente Lula. Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (25), ele disse não ser normal adiar problema. Prevendo derrotas, o Planalto conseguiu adiar nessa quarta-feira (24) a sessão que deve analisar vetos, o projeto das saidinhas, as emendas de comissão e as regras do licenciamento de agrotóxicos.
Lira disse que, em todas as três vezes que a sessão foi adiada, não houve reunião com lideranças da Casa. O deputado afirmou ainda que o governo pode inclusive voltar a ter problemas com a Câmara, já que, segundo ele, as cobranças dos prefeitos serão maiores esse ano por causa da eleição:
“Isso não é normal. O que eu acho, sem querer causar nenhum tipo de polêmica, é que, quando o problema existe, ou a gente resolve, ou a gente resolve. A única coisa que eu chamei atenção é que, nem na primeira, nem na segunda, nem na terceira, eu não lembro quando, houve reunião de líderes, da Câmara e do Senado, para discutir em sessão do Congresso os acordos. E quando você não vai, aí os calendários vão subindo, os prazos vão findando e aí o governo volta a ter problema, porque é fato, não tem como a gente esconder, nós estamos em um ano eleitoral, os prefeitos vão apertar os deputados, que vão apertar os líderes, que vai sobrar para mim, para o plenário e para o governo”.
Lira também voltou a criticar a articulação do governo, defendendo que o presidente Lula se envolva mais na articulação. Ele ainda comparou o governo com um jogo de futebol, e disse que, quando o jogo é coletivo e algum jogador não está bem, cabe ao técnico “administrar”. Ele também disse que vários parlamentares se sentem enganados em relação aos vetos feitos pelo governo.
O presidente da Casa também voltou a falar que o governo não teve base para votar algumas matérias. Disse que as emendas parlamentares “são um instrumento digno, correto, um recurso para você fazer com que as políticas públicas, que podem e devem melhorar a vida da população nesse país, sejam implementadas”.