O Conselho da Petrobras deve considerar “as necessidades da Fazenda” na hora de decidir sobre as distribuição dos dividendos. A afirmação é do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que garantiu uma decisão sobre a distribuição de dividendos ainda nesta semana. De acordo com ele, há elementos novos e uma correção de rota na Petrobras.
O ministro declarou que a diretoria apresentou a melhoria da oxigenação da empresa a partir do aumento do preço do brent e do dólar, o que deve contribuir para a decisão.
“Apesar da sua governança, apesar da sua natureza jurídica, que nós todos conhecemos, e naturalmente da sua autonomia, do Conselho, tem que ser considerado e ouvido também, pelo menos pelos conselheiros da União, a questão econômica, a questão das necessidades fazendárias para poder se considerar e tomar uma decisão final sobre a distribuição de dividendos”, disse.
As declarações de Alexandre Silveira foram feitas durante evento em São Paulo, organizado pela Esfera Brasil.
O ministro de Minas e Energia não detalhou o valor que deve ser repassado aos acionistas. Questionado sobre a orientação para distribuir apenas 50% dos dividendos, e não a totalidade, o ministro negou haver qualquer sugestão do governo neste sentindo.
Sobre a permanência de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras, Alexandre Silveira disse que a decisão cabe somente ao presidente Lula.
“Todo cargo de confiança, inclusive o meu, deve estar sempre à disposição do presidente da República. Ele que decide quem sai e quem entra”, destacou.
Polêmica dos dividendos
Em março, o Conselho da Petrobras decidiu reter o pagamento dos dividendos extraordinários. A diretoria defendia o pagamento de 50% do valor, mas o governo determinou que o valor integral ficasse em um fundo de reserva. O impasse gerou uma crise na Petrobras que levou Prates a um processo de fritura.
O ministro pontuou, nesta segunda-feira (22), que o ruído foi desnecessário para uma empresa de capital aberto como a Petrobras.
Economia verde x Desenvolvimento
Durante o discurso no evento, Silveira afirmou que não há nenhuma controvérsia entre a economia verde, o setor mineral e o desenvolvimento nacional no país.
Ele foi aplaudido ao defender estudos sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial.
“Estudos da Margem Equatorial não têm contradição com a economia verde”, enfatizou o ministro.
“Servem como referência e criação de divisas para que a gente possa ter condições, inclusive, de defender o Estado necessário, para cuidar de saúde, educação e segurança com recursos do Estado, reconhecendo o grande combate à desigualdade”, declarou.