Um homem, condenado por estuprar e matar a namorada, Nancy Mestre, em 1994, na Colômbia, será extraditado pela Polícia Federal, nesta quinta-feira. Ele foi julgado e condenado no país a 27 anos da prisão, mas conseguiu fugir para o Brasil.
O homem, identificado como Jaime Saade, mudou de nome, arrumou emprego e, inclusive, formou uma nova família no Brasil. Ele vive em Belo Horizonte, onde passou anos escondido. A identidade e localização do condenado só foi descoberta após uma investigação conduzida pelo pai da vítima, ex-sogro de Jaime. Ele chegou a fazer cursos de investigação e pesquisar na internet as informações do assassino da filha.
Em entrevista à TV Globo, a delegada da Polícia Federal, Fátima Bassalo contou que o homem conseguiu primeiro uma certidão de nascimento falsa. Depois, ele emitiu os outros documentos.
“Ele obteve uma certidão de nascimento falsa no estado do Amazonas e a partir deste novo nome dessa nova certidão ele obteve vários documentos e assumiu uma nova identidade. Ele tinha uma vida como uma pessoa normal, como um brasileiro, como cidadão brasileiro. Ele obteve título de eleitor, carteira de habilitação”, explica.
No Brasil, Jaime era chamado de Henrique dos Santos Abdalla e era procurado pela Interpol. A partir das pistas recolhidas pelo ex-sogro, a polícia conseguiu prendê-lo.
Segundo o processo, Nancy foi baleada, após ter sido violentada. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu dias depois. O crime aconteceu em 1994, mas o julgamento só foi realizado dois anos depois. A defesa de Jaime chegou a dizer que Nancy se matou. Porém, a perícia descartou a alegação.
Em 2020, Saade foi localizado em Belo Horizonte, mas recebeu um alvará de soltura na época. Em maio do ano passado, ele foi preso em Alagoas, após o Supremo Tribunal Federal aceitar novo pedido de extradição. Desde então, Jaime está no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Jaime ainda responde na Justiça Federal por falsidade ideológica e falsidade de documento público, já que usava nome falso
A CBN não conseguiu contato com a defesa do homem.