A Câmara dos Deputados pode retomar as discussões sobre o PL das Redes Sociais como reação aos ataques do bilionário sul-africano Elon Musk ao Judiciário brasileiro. Um dia após virar alvo de investigação por suspeita de obstrução de Justiça, o dono da rede X voltou a atacar e fazer provocações ao ministro Alexandre de Moraes.
Em postagem no antigo Twitter, o bilionário escreveu: “a lei vale para todos, inclusive para o @Alexandre. Ele deveria ser julgado por seus crimes”. O empresário disse ainda que Moraes se tornou o “ditador do Brasil” por ter o presidente Lula em “uma coleira”. Por determinação do ministro do Supremo, a Polícia Federal começou a investigar o empresário.
O presidente do STF, Luis Roberto Barroso, afirmou que o inconformismo contra a democracia se manifesta na instrumentalização criminosa das redes sociais. No Congresso, as ameaças de Elon Musk reacenderam a discussão sobre a importância da regulação das redes.
Um projeto aprovado no Senado e que está parado na Câmara propõe, entre outras coisas, co-responsabilizar as redes sociais por conteúdos criminosos publicados por usuários. O relator da proposta, deputado Orlando Silva, do PCdoB, pediu aos líderes dos partidos para que o projeto volte à pauta hoje.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, cobrou da Câmara a regulamentação das redes sociais. A Comissão de Segurança da Câmara, de maioria bolsonarista e presidida pelo deputado Alberto Fraga, do PL do Distrito Federal, quer votar hoje uma moção de aplausos ao empresário Elon Musk.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o senador Flávio Bolsonaro endossou os ataques do empresário dono do X ao ministro Alexandre de Moraes:
Em nome da liberdade de expressão, o segundo homem mais rico do mundo, dono de uma fortuna estimada em quase US$ 200 bilhões, tem defendido a disseminação de informações deliberadamente falsas e a publicação de discursos de ódio. Em 2020, ele questionou a mortalidade da Covid e depois a eficácia da vacina.
Ontem, em entrevista a um podcast divulgado na rede X, o bilionário afirmou que precisou fingir que as suspensões de contas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes eram por violações dos Termos de Uso da plataforma.