Em meio às denúncias sobre irregularidades envolvendo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o presidente Lula afirmou que o ex-governador da Bahia é “como um primeiro-ministro” no governo. Costa é citado em uma investigação da PF sobre fraude na compra de respiradores durante a pandemia de Covid, quando comandava o governo da Bahia. Ele negou ter envolvimento no suposto esquema.
Conforme revelou o jornalista Aguirre Talento, colunista do UOL, Rui Costa foi citado na delação premiada da empresária Cristiana Taddeo, da Hempcare, empresa que tem o contrato investigado pela PF. Segundo o portal UOL, o dinheiro foi repassado de forma adiantada à empresa, mas nem todo o material contratado foi entregue. Na delação, a empresária disse ter prints de conversas que “revelam o envolvimento” do então governador da Bahia com um intermediário da compra dos respiradores. A colaboração dela foi homologada pelo STJ em 2022.
Lula ignorou as denúncias e elogiou o ministro:
“Esse aqui, que é o chefe da Casa Civil, é como se fosse o primeiro-ministro Rui Costa. Foi governador da Bahia por oito anos, foi chefe de gabinete da Casa Civil do Jaques Wagner e agora é o meu ministro chefe da Casa Civil”, defende.
Costa também foi defendido ainda por colegas de governo e afirmou que jamais tratou com intermediários sobre a compra dos equipamentos. O caso está sendo investigado pela PF e a suspeita é de que o desvio alcance a cifra de R$ 48 milhões em equipamentos que não foram recebidos pelo governo da Bahia.
Na quarta-feira (3), depois do caso ter sido revelado pelo UOL, Rui Costa divulgou uma nota em que negou ter tratado sobre a compra de respiradores ou de qualquer outro equipamento de saúde durante sua gestão no governo da Bahia.
Ele afirmou ainda que a após os equipamentos não terem sido entregues, determinou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia abrisse uma investigação contra os autores do desvio dos recursos destinados à compra desses equipamentos e que os implicados foram presos pela Polícia Civil por ordem da Justiça baiana semanas após a denúncia.