O governo federal assinou nesta quarta-feira (3) contratos de concessão de transmissão de energia elétrica decorrentes de leilões realizados em 2023. Ao todo, são esperados investimentos no valor de R$ 21,7 bilhões e a criação de 37 mil empregos diretos e indiretos nas obras. As novas linhas de transmissão terão 4.471 km, passando por cinco estados.
As obras de interligação vão ajudar a transportar a energia extra gerada no Nordeste por meio de fontes renováveis, como energia eólica e solar. O Ministério de Minas e Energia (MME) prevê que até 2027, o Nordeste aumente em 13.328 MW a capacidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).
As empresas vencedoras vão construir e cuidar das linhas de transmissão que vão atravessar os estados de Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins, e devem ser concluídas em 60 a 72 meses.
Após o evento de assinatura dos contratos, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, afirmou que o governo tem trabalhado para planejar melhor o setor e evitar aumentos nos subsídios pagos pelos consumidores.
Uma das soluções para neutralizar o aumento da tarifa deve vir em uma medida provisória que está sendo preparada pelo governo para o setor de energia elétrica. A medida sugere um esquema para antecipar o recebimento de R$ 25 bilhões devidos pela Eletrobras após a privatização.
Segundo o ministro, a MP também terá o objetivo de compatibilizar o cronograma de construção das linhas de transmissão já leiloadas.
“Ela [a medida provisória] é necessária exatamente porque o governo anterior deu o direito aos empreendedores de produzir [energia renovável] com subsídios de energia eólica, solar e biomassa no Norte e Nordeste, mas não contratou as linhas de transmissão no tempo devido. Então agora, o Brasil precisa respeitar os contratos”, afirmou.
Silveira voltou a afirmar que a medida provisória também vai reduzir a conta de energia elétrica entre 3% e 5%.