O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse a um grupo de parlamentares dos Estados Unidos que a “vitória” na Faixa de Gaza e a “conquista” sobre a liderança sênior do Hamas estão apenas “a algumas semanas de distância”.
Falando a um grupo do Congresso que reuniu republicanos e democratas nesta quarta-feira (27), Netanyahu afirmou: “Matamos muitos líderes importantes [do Hamas], incluindo o número quatro do Hamas, o número três do Hamas. Teremos o número dois e o número um. Isso é vitória. A vitória está ao nosso alcance. Faltam algumas semanas”.
O gabinete do premiê pontuou que a reunião com a delegação americana em, Jerusalém, Israel, foi organizada pelo grupo de lobby pró-Israel Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel (AIPAC). Netanyahu disse que era “muito importante manter o apoio bipartidário”, mas “especialmente nestas tentativas vezes.”
Netanyahu comentou que Israel “não tem escolha” a não ser entrar em Rafah, já que “a própria existência do país está em risco”.
O primeiro-ministro destacou ainda que desde o ataque do Hamas, em 7 de outubro, Israel desfrutava de um “alinhamento notável” com o governo Biden, mas tinha opiniões fundamentalmente diferentes sobre uma ação israelense em Rafah.
Israel tem enfrentado críticas da comunidade internacional antes da ofensiva na cidade do sul de Gaza, onde mais de um milhão de pessoas estão abrigadas.
Netanyahu tinha dito anteriormente à delegação que os palestinos deslocados em Gaza poderiam “simplesmente sair” de Rafah e “se mover com as suas tendas”.
“Há toda a Faixa de Gaza ao norte de Rafah. As pessoas descem, podem subir”, disse o primeiro-ministro.
As divergências sobre a iminente invasão de Rafah e o agravamento do desastre humanitário em Gaza levaram à pior crise na relação entre Netanyahu e o presidente dos EUA, Joe Biden.
No início desta semana, Netanyahu cancelou a visita de uma delegação a Washington em protesto contra a abstenção dos EUA durante votação no Conselho de Segurança da ONU, que permitiu a aprovação de uma resolução que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza.
A resolução, proposta pelos 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança, exigia um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadã, a libertação imediata e incondicional dos reféns e “a necessidade urgente de expandir o fluxo” de ajuda para Gaza.
Nas reuniões de segunda e terça-feira, altos funcionários dos EUA e o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, não haviam chegado a nenhum acordo sobre como Israel avançaria com uma operação em Rafah.
Entretanto, ambos os lados concordaram em continuar as discussões nos próximos dias e semanas, disseram autoridades dos EUA e de Israel à CNN.
O Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, o Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e o Secretário de Estado, Antony Blinken, ressaltou a Gallant que Israel precisa de encontrar uma opção “alternativa” para um grande ataque a Rafah, que deixaria em perigo os civis e exacerbaria o sofrimento ali.
A Casa Branca destacou nesta quarta-feira que Netanyahu concordou em reprogramar a visita da delegação israelense a Washington para discutir a possível operação Rafah.