Foi tímida e tardia a preocupação manifestada pelo governo brasileiro com o que faz a ditadura na Venezuela para impedir eleições realmente livres.
Mesmo assim, nosso governo foi xingado pelo da Venezuela como lacaio dos americanos.
Não, a palavra lacaio não aparece no comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores de Caracas em relação ao governo de Brasília.
Mas ali está dito que o Brasil, ao se manifestar preocupado com o processo eleitoral na Venezuela, seguia palavras ditadas pelo governo americano. Que, afirma Caracas, produz comentários carregados de desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela.
O governo do presidente Lula pode alegar qualquer coisa, menos de não saber o que acontece no país vizinho.
E o que acontece é uma ditadura que reprime e sufoca a oposição. E renega os acordos que ela mesma assinou, com incentivo do Brasil, para garantir eleições realmente livres.
Lula não disfarça sua simpatia por um regime repressivo, corrupto e acusado pela ONU de violação de direitos humanos. Ao qual recomendou que criasse uma narrativa, pois o problema com o regime chavista na Venezuela seria apenas de imagem.
Foi o que o ditador Maduro fez.
Criou a narrativa de eleições livres, mas é ele quem escolhe quem pode ser candidato de oposição. Deixando o Brasil numa péssima posição.
Se apoia o que faz Maduro, virou cúmplice. Se critica, virou lacaio dos americanos.
É o que dá ser amigo de ditador.