A Polícia Federal descobriu que o contraventor Bernardo Bello contratou Ronnie Lessa para matar a ex-presidente da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro Regina Celi. Ela ficou no cargo entre 2009 e 2018 e atualmente é presidente de honra da Unidos de Padre Miguel.
Lessa, preso pela morte da vereadora Marielle Franco desde 2019, deu detalhes sobre a contratação em acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – a colaboração é base para a prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, ocorrida neste domingo (24).
Enquanto monitorava a rotina de Marielle Franco, entre 2017 e 2018, Lessa também acompanhava os passos de Regina Celi a mando do contraventor Bernardo Bello – que está foragido e é alvo de cinco mandados de prisão.
Segundo Lessa, enquanto monitorava a vereadora Marielle Franco (Psol), ele tinha planos para executar a ex-presidente da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro Regina Celi.
O ex-PM contou que monitorou Regina após a apuração do Carnaval de 2018, no dia 14 de fevereiro – uma quarta-feira de Cinzas. Mas que não conseguiu cometer o crime, pois perdeu o alvo de vista.
Para a PF, Ronnie Lessa era um “sicário” de “vários senhores”, ou seja, se reporta, inclusive, a inimigos. Apesar dos serviços prestados ao contraventor Rogério Andrade, Lessa também atuava para os interesses de Bernardo Bello, inimigo de Andrade.
“Embora já tivesse vinculação com ROGÉRIO DE ANDRADE, RONNIE, exatamente no mesmo período em que lhe fora repassada pelos Irmãos BRAZÃO a demanda para executar Marielle, acatou a demanda proposta por BERNARDO BELLO, concorrente de ROGÉRIO, e, hoje, seu inimigo capital, para executar a Presidente do Acadêmicos do Salgueiro, REGINA CELI”, diz trecho do relatório da PF.
A CBN procurou contato com a defesa de Bernardo Bello e aguarda retorno.