Sindicatos de pilotos e tripulantes de cabine da empresa aérea estatal argentina, Aerolíneas Argentinas, anunciaram nesta sexta-feira (15) que realizarão uma greve de 48 horas a partir da quinta-feira, 28 de março, primeiro dia do feriado da Semana Santa tanto no Brasil como na Argentina.
A decisão da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas da Argentina (APLA) e da Associação Argentina de Aeronavegantes foi tomada após uma assembleia nesta sexta-feira (15) para decidir medidas “para a defesa das condições trabalhistas e salariais”, diante de uma desvalorização salarial nos últimos três meses que dizem chegar a 83%.
A associação de tripulantes afirmou em comunicado que “o tempo lógico e racional de uma negociação dessas características e em tal contexto inflacionário se excedeu, e a inexistência de uma oferta aceitável é insustentável”. A inflação anual da Argentina atingiu 276% em fevereiro.
Os pilotos, por sua vez, comunicaram que a greve foi convocada devido à “falta de resposta tanto dos funcionários do governo como das autoridades da empresa” desde a última greve realizada, em 28 de fevereiro.
Na ocasião não pararam somente os trabalhadores da Aerolíneas Argentinas, mas também funcionários da empresa estatal Intercargo, que administra serviço de rampa, transferência de passageiros e de bagagens também pararam. A greve levou ao cancelamento de mais de 530 voos, entre eles todos os voos da Latam, Gol e Jetsmart entre Brasil e Argentina.
Os sindicalistas, no entanto, dizem que o governo argentino “tem a oportunidade de resolver este conflito”.
“Buscando minimizar o impacto para os usuários, enfatizamos que o aviso está sendo dado com uma devida antecipação”, expressa o comunicado dos pilotos, complementando, em mensagem similar à dos tripulantes que “a afetação do serviço aéreo e dos passageiros será de total responsabilidade do governo”.