O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse a autoridades governamentais nesta quinta-feira (14) que os projetos espaciais, incluindo a criação de uma unidade de energia nuclear no espaço, deveriam ser uma prioridade e obter financiamento adequado, segundo a agência de notícias estatal TASS.
A Rússia “tem boas competências e, além disso, tem até reservas das quais podemos nos orgulhar, com as quais podemos contar no futuro”, destacou Putin durante uma reunião com membros do governo, apontando como exemplo uma unidade de energia nuclear que operaria no espaço.
“Precisamos financiá-lo [o programa] a tempo. Precisamos apenas definir prioridades”, disse ele, segundo a TASS, acrescentando que “há questões que requerem atenção adicional”.
“Parece que todos estamos habituados ao fato de termos competências que outros países não possuem, mas precisamos prestar especial atenção a elas para que se desenvolvam e possam ser utilizadas no futuro para resolver aquelas tarefas que podem e deveriam ser resolvidas com a ajuda dessas tecnologias”, avaliou Putin.
O chefe da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borisov, afirmou na semana passada que a Rússia e a China estão trabalhando em um projeto para instalar um reator nuclear na Lua, segundo a TASS.
“Hoje, estamos considerando seriamente um projeto para entregar à Lua e montar um reator de energia lá, juntamente com nossos parceiros chineses, entre 2033 e 2035”, ressaltou em comentários em 5 de março.
Em março de 2021, a Corporação Espacial Estatal Russa Roscosmos e a Administração Espacial Nacional da China assinaram um memorando em nome dos seus governos sobre a cooperação na criação de uma Estação Internacional de Investigação Lunar, de acordo com a TASS.
A notícia surge depois de fontes terem dito à CNN no mês passado que a Rússia está tentando desenvolver uma arma espacial nuclear que poderia potencialmente paralisar uma vasta gama de satélites comerciais e governamentais.
Este tipo de nova arma, conhecida pelos especialistas espaciais militares como EMP nuclear, criaria um pulso de energia eletromagnética e uma inundação de partículas altamente carregadas que rasgariam o espaço para perturbar outros satélites que voam em torno da Terra.
A arma ainda está em desenvolvimento na Rússia e ainda não está em órbita, enfatizaram publicamente funcionários do governo Biden.
Mas, se for utilizada, dizem as autoridades, cruzaria um ponto de equilíbrio perigoso na história das armas nucleares e poderia causar perturbações extremas na vida cotidiana de formas difíceis de prever.