Defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira diz que o áudio foi retirado de contexto. Pessoas ligadas à investigação, porém, disseram à CBN que já foi dada a ele oportunidade de esclarecer os fatos.
O militar que ficou em silêncio e agora quer falar à PF para esclarecer áudio que foi gravado por ele e enviado ao tenente-coronel Mauro Cid. O tenente-coronel Ronald Ferreira é investigado no inquérito do golpe. O áudio foi gravado por ele e enviado ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
A gravação trata da minuta golpista arquitetada para evitar a posse do presidente Lula. O material consta nos autos do inquérito que investiga a trama golpista, mas está em sigilo.
A defesa dele diz que o áudio foi retirado de contexto e deu margem para interpretações diferentes do que Ronald quis dizer. Pessoas ligadas à investigação, porém, disseram à CBN que já foi dada a ele oportunidade de esclarecer os fatos, em depoimento agendado para 22 de fevereiro, mas Ronald preferiu ficar em silêncio. Como a PF reuniu novos elementos de prova, não haveria necessidade de ouvi-lo, por enquanto neste momento.
Ronald é um dos militares que mantinha uma aproximação com Cid. Os advogados dele, João Carlos Dalmagro Júnior e Lissandro Sampaio, dizem que o militar tem interesse em responder aos questionamentos da PF para explicar, principalmente, a relação com o tenente-coronel Mauro Cid.
A defesa ainda alega que um novo interrogatório busca “afastar as especulações de que Ronald tenha tido qualquer tipo de participação” no esquema da tentativa de golpe e destaca que Ronald sempre “serviu ao Exército, nunca questionou eleições, candidatos ou decisões políticas”.
Uma das minutas golpistas foi encontrada na casa do ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres, que é um dos investigados. Nesta quinta-feira (14), ele obteve uma vitória na Justiça. Isso porque o juiz federal do DF, Gabriel Zago, atendeu um pedido da defesa de Torres e anulou a devolução de R$ 87 mil do salário dele enquanto estava preso em âmbito das investigações dos atos golpistas de 8 de janeiro. O juiz entendeu que a devolução do salário representa violação da presunção de inocência e mencionou que a decisão administrativa de restituir os salários é ilegal.
Esse foi um dos temas da coluna desta quinta-feira (14), de Bela Megale. Ouça o episódio completo abaixo!