A Venezuela ratificou a decisão de proibir as autorizações de sobrevoo das companhias aéreas argentinas sobre o seu espaço aéreo, segundo fontes com conhecimento do assunto consultadas pela CNN. A medida foi confirmada na segunda-feira (11).
O governo da Argentina apresentou na sexta-feira (8) uma nota de protesto à Venezuela pela decisão, e anunciou que serão tomadas medidas correspondentes no âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional por violação da Convenção sobre Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago, 1944).
Isso ocorre quase um mês depois que os Estados Unidos confiscaram um avião de carga Boeing da estatal venezuelana Emtrasur que estava na Argentina e que havia sido vendido por uma companhia aérea iraniana sancionada, violando as leis federais de controle de exportação, de acordo com um comunicado do Departamento de Justiça dos EUA divulgado em 12 de fevereiro.
A CNN consultou as autoridades venezuelanas para saber mais detalhes sobre o assunto e aguarda retorno.
A decisão de proibir licenças de sobrevoo para empresas argentinas afeta rotas para o aeroporto JFK, em Nova York, para o aeroporto de Miami e para o aeroporto de Punta Cana, na República Dominicana.
Cruzamentos entre governos
O governo da Argentina afirmou que a decisão das autoridades venezuelanas de proibir aeronaves argentinas sobre o seu espaço aéreo é uma retaliação pelo confisco pelos Estados Unidos do avião da Emtrasur, caso ligado ao governo iraniano.
O chefe da diplomacia venezuelana, o ministro das Relações Exteriores Yván Gil, respondeu nesta terça-feira ao porta-voz da Presidência argentina, o chamando de “cara do conselho” e descrevendo o governo argentino como “neonazista”.
“O senhor Manuel Adorni finge ignorar as consequências de seus atos de pirataria e roubo contra a Venezuela, que foram advertidos repetidamente antes do ato criminoso cometido contra a Emtrasur”, disse Gil em seu perfil oficial no X, antigo Twitter.
“A Venezuela exerce plena soberania em seu espaço aéreo, e reitera que nenhuma aeronave, proveniente ou com destino à Argentina, poderá sobrevoar nosso território, até que nossa empresa seja devidamente indenizada pelos danos causados, após as ações ilegais praticadas, somente com para agradar seus guardiões do norte”, concluiu.
*Com informações de Agustín Milic e Osmary Hernández, da CNN