Um ônibus da empresa Viação Sampaio foi sequestrado na Rodoviária do Rio, no Centro do Rio de Janeiro, mas não é a primeira vez que casos como esse acontecem na capital. Em 2000, o sequestro do ônibus 174 também parou a cidade. Já em 2019, outro ônibus foi sequestrado na Ponte Rio-Niterói.
Nesta terça-feira (12), um homem se entregou após fazer 17 passageiros reféns em um ônibus da Viação Sampaio na Rodoviária do Rio. O ônibus que iria em direção a Minas Gerais apresentou problemas técnicos e precisou retornar a rodoviária, e os passageiros ouviram os disparos enquanto desembarcavam. Duas pessoas foram baleadas, e um homem está em estado grave.
A orientação da Rodoviária Novo Rio é que aqueles que tem passagem para esta terça (12) remarquem suas viagens.
Sequestro do ônibus 174
No dia 12 de junho de 2000 foi transmitido ao vivo na televisão, o sequestro do ônibus da linha 174 na Rua Jardim Botânico, e uma professora feita de refém foi morta.
Dez passageiros foram mantidos como refém, por quase quatro horas, pelo assaltante Sandro Nascimento, que chegou até a simular a morte de um dos tripulantes. A estudante Janaína Lopes foi obrigada a ficar deitada no chão do ônibus por mais de uma hora.
Na ocorrência, o criminoso desceu do veículo com a professora Geisa Firmo Gonçalves como escudo. No momento, o soldado do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) Marcelo de Oliveira Santos tentou atirar no sequestrador, mas as balas atingiram somente a refém, que levou ainda três tiros disparados pelo assaltante e faleceu.
Sandro foi levado até o hospital Souza Aguiar, onde chegou sem vida. Ele morreu asfixiado dentro do camburão da polícia militar. Os PMs, capitão Ricardo de Souza Soares e os soldados Flávio Durval Dias e Márcio Araújo David foram indiciados por homicídio qualificado, mas, em dezembro de 2002, foram absolvidos.
Após o crime, foi descoberto que Sandro do Nascimento era um dos meninos sobreviventes da Chacina da Candelária, que ocorreu em 1993.
Sequestro na Ponte Rio-Niterói
No dia 20 de agosto de 2019 Willian Augusto da Silva sequestrou um ônibus na Ponte Rio-Niterói. Ele manteve cerca de 39 passageiros como reféns por cerca de quatro horas.
William foi morto por um atirador de elite do Bope. De acordo com a perícia, o sequestrador foi encontrado com seis perfurações no antebraço direito, na perna esquerda, no braço esquerdo e no tórax . Pelo menos três atiradores de elite se encontravam em posições estratégicas em volta do ônibus.
A polícia agiu quando o criminosos desceu da composição para arremessar um casaco. Todos os reféns foram resgatados sem ferimentos.
O ex-governador Wilson Witzel, que estava em um helicóptero, ganhou destaque no acontecimento. Ele foi responsável por protagonizar uma comemoração após a morte do sequestrador. Segundo depoimento de Witzel na época, os gestos foram uma ‘comemoração a vida’.
“Naquele momento estava feliz por ver atuação dos PMs. E a população que estava ali ao redor estava agradecendo que as vítimas tinham sido poupadas. Eu celebrei a vida. (…) Em nenhum momento vou manifestar alegria pela morte de quem quer que seja”. declarou Witzel
Ônibus da Costa Verde sequestrado na Zona Portuária
Já neste ano, no início do ano de 2024, outro ônibus foi sequestrado na Zona Portuária, nas proximidades da Rodoviária do Rio. Dessa vez, a composição era da empresa Costa Verde e vinha de Angra dos Reis.
Três criminosos apontaram uma arma para o motorista quando o veículo estava parado em um sinal próximo à rodoviária. Dentro do ônibus, os assaltantes anunciaram a ação e deram tiros no teto da composição à fim de assustar os passageiros. Um dos homens também exigiu que o motorista retornasse à pista e dirigisse no sentido da Zona Oeste.
O veículo realizou uma travessia de cerca de 16 quilômetros, e só parou na altura da Favela Kelson´s, na Penha. Os criminosos levaram celulares, documentos, relógios e mochilas e fugiram. De acordo com os passageiros, os bandidos eram agressivos e assustavam as vítimas com ameaças de morte. Após a fuga, o motorista encaminhou o ônibus até a delegacia da Penha, onde as vítimas puderam depor.
* Estagiária sob supervisão de Laura Rocha