O partido de direita, Chega, pode não ter levado o maior número de votos em Portugal, mas com certeza foi o mais vitorioso nas eleições legislativas deste domingo (10).
O líder do Chega, André Ventura, anunciou o “fim do bipartidarismo” no país e se mostrou disponível para “trabalhar para que haja um governo estável” em Portugal.
“Absolutamente histórico. Haverá uma maioria forte à direita para governar. A partir desta noite, temos que começar a trabalhar para que haja um governo estável em Portugal”, afirmou.
Os resultados de boca de urna apontam que a sigla pode levar mais de 20% dos votos, podendo triplicar a sua bancada parlamentar, elegendo até 50 deputados.
André Ventura diz que o resultado é claro, a Aliança Democrática pediu uma maioria e “os portugueses disseram que querem um governo da AD com o Chega”.
Portugal vive um sistema de parlamentarismo, ou seja, o principal líder do país é o primeiro-ministro. O líder do partido que tiver maioria absoluta nas eleições legislativas leva o cargo de premiê. Caso nenhum partido consiga a maioria dos votos, é preciso que sejam feitas alianças com siglas menores para que se possa formar um governo.
Ventura, portanto, espera que Luis Montenegro, líder da Aliança Democrática e que deve levar o maior número de votos, convide o Chega para uma união, que permitiria a formação de um governo de direita.
O Partido Socialista, que governa o país atualmente, teve um dos piores resultados já registrados, mesmo garantindo o segundo lugar nas eleições, de acordo com as projeções. Representantes do PS afirmam que vão fazer forte oposição e que estão preocupados com o crescimento do Chega.
Tudo indica que Portugal deve dar uma guinada para a direita daqui pra frente.
Projeção da CNN dá vitória a Aliança Democrática:
Em Portugal, a Aliança Democrática (AD) – partido de centro-direita – deve vencer as eleições legislativas deste domingo (10), de acordo com a projeção da Pitagórica para a CNN Portugal e TVI. Apesar disso, nenhuma das alianças deve conseguir uma maioria absoluta para conseguir formar um governo.
A AD, coligação liderada por Luís Montenegro deve garantir entre 28% e 33 dos votos.
Já o Partido Socialista, que ganhou o último pleito em 2022, não deve ir além dos 29,5%. Sendo assim, Pedro Nuno Santos perde a maioria absoluta conquistada por António Costa, e que valeu aos socialistas um grupo parlamentar com 120 deputados, há dois anos.
Como era esperado, o Chega – partido de direita – teve um crescimento claro em relação a 2022 e deve garantir entre 16,6% a 21,6% dos votos. Um aumento siginificatico em relação aos 7,18% de dois anos atrás. A expectativa que o partido de André Ventura possa quase triplicar a sua representatividade no Parlamento, onde tem 12 deputados.
Sobre a votação:
De acordo com os mais recentes dados do Ministério da Administração Interna do país, o comparecimento às urnas até às 16h (horário local) foi de 51,96%. De acordo com os dados de 2022, referentes às últimas eleições legislativas, nota-se um aumento de 6,3%.
A primeira projeção indica uma taxa de abstenção entre 40,5% e 46,5%, abaixo das eleições legislativas de 2022. Este pode ser o índice mais baixo desde a votação de 2009.
No total, serão eleitos 230 deputados, em uma campanha que teve o custo de 24 milhões de euros.
Concorrem no pleito 18 partidos, três a menos do que nas eleições de 2019 e 2022.
As questões que dominam a campanha no país mais pobre da Europa Ocidental incluem uma crise habitacional incapacitante, baixos salários, falta de saúde e corrupção, visto por muitos como endêmico para os principais partidos.
A eleição antecipada, quatro meses após a demissão repentina do primeiro-ministro socialista António Costa em meio a uma investigação de corrupção, novamente provoca o embate os dois partidos centristas – o Partido Socialista (PS) e o Partido Social-Democrata (PSD) – que se alternaram no poder desde o fim de uma ditadura fascista há cinco décadas.