Um grupo de manifestantes arrombou uma das portas principais do Palácio Nacional do México, na Cidade do México, nesta quarta-feira (6), onde o presidente Andrés Manuel López Obrador fazia sua coletiva matinal.
Segundo López Obrador, os manifestantes eram majoritariamente pais e representantes legais dos 43 estudantes de Ayotzinapa, que desapareceram em Iguala, no México, há dez anos. A CNN não pôde verificar de forma independente as identidades dessas pessoas.
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O chefe de Estado acrescentou que, embora investigações estejam em curso, tentará se reunir com as famílias dos 43 estudantes desaparecidos nos próximos 15 ou 20 dias, mas primeiro quer ter mais provas.
“Quero falar com eles e obter provas de como a investigação foi manipulada para proteger certas pessoas, a responsabilidade que os advogados e supostos defensores dos direitos humanos têm para com eles”, afirmou López Obrador nesta quarta.
Quando o presidente chegou ao poder, prometeu que o caso seria resolvido e os corpos dos estudantes seriam encontrados. No entanto, os protestos desta quarta-feira refletem a decepção de muitas pessoas com a falta de pistas sobre o caso.
Durante a coletiva, ele admitiu que o caso continua sem solução, mas acusou os pais de serem desinformados nas suas exigências.
Em vídeos obtidos pela CNN, os manifestantes usaram uma caminhonete e continuaram empurrando contra os portões até serem destruídos.
Nas fotos após o protesto, foi vista tinta vermelha no veículo e no Palácio.
A Polícia da Cidade do México indicou que se trata de um assunto federal. A CNN contatou a Segurança Federal, que disse que o presidente já se pronunciou sobre o ocorrido.
“Estou analisando e conduzindo tudo, porque o que importa para mim é encontrar os jovens e a atitude, não dos pais, mas dos conselheiros e das organizações que supostamente defendem os direitos humanos, é uma atitude política, na melhor das hipóteses, muito conflituosa contra nós, provocativo e não queremos confronto nenhum”, destacou o presidente ao ser questionado sobre o assunto durante a coletiva.
Esta é a primeira vez, no mandato de seis anos do Presidente López Obrador, um incidente do tipo ocorre.
*Natalia Cano, da CNN, contribuiu para esta reportagem