O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, disse, nesta quinta-feira (29), que crimes de guerra foram cometidos por todas as partes no conflito entre Israel e o Hamas, pedindo que eles sejam investigados e que os culpados sejam responsabilizados.
“Violações claras dos direitos humanos internacionais e das leis humanitárias, incluindo crimes de guerra e possivelmente outros crimes sob a lei internacional, foram cometidos por todas as partes”, afirmou Turk ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.
“É hora – já passou da hora – de paz, investigação e responsabilidade”, completou.
Militantes do Hamas mataram 1.200 pessoas e capturaram 253 reféns em um ataque a Israel em 7 de outubro, de acordo com os registros israelenses.
O ataque provocou uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, que, segundo Israel, tem como objetivo resgatar os reféns restantes e erradicar o Hamas.
As autoridades de saúde em Gaza dizem que mais de 30 mil pessoas foram confirmadas como mortas durante a ofensiva.
Turk, que estava apresentando um relatório sobre a situação dos direitos humanos em Gaza e na Cisjordânia ocupada por Israel, disse que seu escritório havia registrado “muitos incidentes que podem ser considerados crimes de guerra pelas forças israelenses”.
Ele acrescentou que também há indícios de que as forças israelenses se envolveram em “alvos indiscriminados ou desproporcionais”, violando a lei internacional.
Turk declarou que os grupos armados palestinos que lançam projéteis indiscriminados no sul de Israel e a manutenção de reféns também violam o direito humanitário internacional.
Israel afirma que está fazendo tudo o que pode para minimizar os danos aos civis.
Em um discurso que atraiu aplausos de muitos participantes do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o embaixador palestino Ibrahim Khraishi disse: “Condenamos o que aconteceu em 7 de outubro e o fazemos com firmeza, mas ninguém está realmente condenando o fato de mulheres, crianças e idosos terem sido mortos”.
Elan Tiv, filha da ex-refém Aviva Siegel, que assistiu ao discurso de Turk junto com sua mãe, disse que aqueles que aplaudiram a intervenção palestina “deveriam ter vergonha” de si mesmos.