O opositor russo Alexei Navalny estava perto de ser libertado em uma troca de prisioneiros no momento de sua morte, disse Maria Pevchikh, aliada de Navalny, nesta segunda-feira (26), reforçando a acusação de que o presidente Vladimir Putin mandou matá-lo.
Pevchikh disse que existiam negociações sobre a soltura de Navalny e dois cidadãos norte-americanos não identificados em troca de Vadim Krasikov, um assassino do serviço de segurança russo (FSB) preso na Alemanha.
Segundo a aliada, a negociação estava na fase final no momento da morte do crítico do Kremlin.
Navalny, 47 anos, morreu em uma colônia penal no Ártico em 16 de fevereiro. O Kremlin negou que a Rússia tenha qualquer envolvimento na sua morte. A certidão de óbito de Navalny afirma que ele morreu de causas naturais, segundo pessoas próximas.
Pevchikh não nomeou os dois cidadãos americanos em disputa para serem trocados juntamente com Navalny. Mas os Estados Unidos disseram que estão tentando libertar Evan Gershkovich, repórter do Wall Street Journal, e Paul Whelan, ex-fuzileiro naval dos EUA.
“Alexei Navalny poderia estar sentado neste assento agora mesmo. Isso não é uma figura de linguagem, poderia e deveria ter acontecido”, disse Pevchikh.
“Navalny deveria ter saído nos próximos dias porque temos uma decisão sobre sua troca. No início de fevereiro, Putin foi ofertado a trocar o assassino, o oficial do FSB Vadim Krasikov, que está cumprindo pena por assassinato em Berlim, por dois cidadãos americanos e Alexei Navalny”, completou.
Pevchikh disse ter a confirmação de que as negociações para a troca estavam em fase final na noite de 15 de fevereiro.
Navalny, alegou ela, foi morto um dia depois porque Putin não tolerava a ideia de ele ser livre.
Pevchikh disse que os aliados de Navalny têm trabalhado desde o início da guerra na Ucrânia em um plano para tirá-lo da Rússia como parte de uma troca de prisioneiros envolvendo “espiões russos em troca de prisioneiros políticos”.
Ela disse que eles fizeram esforços desesperados e tentaram encontrar intermediários, chegando até mesmo a abordar o falecido Henry Kissinger, mas disse que os governos ocidentais não conseguiram demonstrar a vontade política necessária.
“As autoridades, americanas e alemãs, acenaram com a cabeça em compreensão. Contaram como era importante ajudar Navalny e os presos políticos, apertaram as mãos, fizeram promessas e não fizeram nada.”