Suspeitos de ligação com a facção Primeiro Comando da Capital em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde o ex-presidente levou uma facada, também estariam sendo monitorados pela agência.
Dados registrados no sistema FirstMile mostram indícios que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob a gestão Bolsonaro não monitorou apenas políticos, jornalistas e juízes, mas também ambientalistas, assessores, caminhoneiros e acadêmicos. A lista foi obtida pelo Jornal o Globo. Suspeitos de ligação com a facção Primeiro Comando da Capital em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde o ex-presidente levou uma facada, também estariam sendo monitorados pela agência.
A espionagem ilegal era feita através da localização do celular, e um dos números pesquisados foi de uma mulher presa por um ataque a quatro ônibus em Juiz de Fora. Ela seria casada com outro detento da facção paulista PCC.
De acordo com o Globo, o ex-deputado federal do PSOL Jean Willys e o ex-deputado David Miranda, que morreu no ano passado, estão entre os espionados. Os dois eram adversários políticos de Bolsonaro.
Aliados e nomes vinculados à direita também estavam na mira da Abin, como, por exemplo, o deputado do PL Gustavo Gayer. O auxiliar legislativo da deputada Bia Kicis, Evandro de Araújo, também teve o numero pesquisado em 2020. Ele teria ligação com o grupo radical chamado “Os 300 do Brasil”, que se alojou na Esplanada dos Ministérios e lançou fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal.
O secretário especial de Relações Governamentais da Casa Civil durante a gestão de Onyx Lorenzoni, e uma assessora do senador Confúcio Moura, do MDB, também estão entre os nomes.
O analista ambiental do Ibama e ex-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, Marcelo Dutra, e engenheiro que atuava na detecção de queimadas e desmatamento Newton Monteiro também foram espionados. Mais de 100 consultas ilegais também foram feitas contra uma professora da Universidade de Brasília.
Um dos dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, Carlos Alberto Dahmer também teve os seus passos vigiados pela Abin.