Padilha disse que governo quer liberar quase R$ 15 bilhões até o fim de junho. Negociação busca evitar derrotas no Congresso e garantir votos em pautas que são de interesse de Lula.
O governo cedeu à pressão do Centrão e fechou acordo com deputados para organizar um calendário de pagamento de emendas parlamentares. A negociação busca evitar derrotas no Congresso e garantir os votos em pautas que são de interesse do presidente Lula. O acordo foi feito entre o ministro da articulação política, Alexandre Padilha, e parlamentares da Comissão Mista de Orçamento. Depois de se reunir com os deputados, Padilha disse que o governo quer liberar quase R$ 15 bilhões até o fim de junho, que é a data-limite para a concessão de recursos públicos em ano eleitoral.
O acordo foi fechado horas antes da reunião de Lula com os líderes partidários, no Palácio do Alvorada, nesta quinta-feira (22). No cardápio de assuntos, estão justamente a liberação de emendas, a regulamentação da reforma tributária e o projeto que garante a reoneração da folha de pagamentos.
Estiveram no encontro com Lula o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em meio a conflito entre os dois. O deputado, que é um dos principais caciques do Centrão, chegou a pedir a Lula a demissão de Padilha por avaliar que a articulação política do governo não estaria dando bons resultados.
Em entrevista ao Roda Viva na segunda-feira (19) desta semana, Padilha disse que a ultima vez que esteve com o presidente da Câmara foi durante a abertura do ano no Congresso. Quem também participa do encontro é o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que vem mediando a relação entre o Planalto e o Congresso e chegou a ser cotado para assumir a articulação política no lugar de Padilha.
Partidos decidiram não participar da reunião?
O PSDB e o Cidadania foram convidados para a reunião pelo Planalto, em gesto de aproximação, mas informaram que não devem participar. O líder do PSDB, deputado Adolfo Viana, disse que recusou o convite Lula. Deputados não só do lado tucano, mas também do Cidadania afirmam que não integram parte da base aliada e, por isso, não faz sentido participarem do encontro porque não querem que a atitude seja interpretada como uma forma de aproximação com o governo.